Oi pessoal, tudo bem?
Continuando nossa série de artigos sobre o Profibus DP, neste post vou falar sobre as camadas de Enlace e de Usuário deste protocolo. São nessas camadas que são gerados e distribuídos os telegramas de mensagens. Então, neste post, vocês verão sobre endereçamento das estações, o significados dos bits dos telegramas e os tipos e formatos dos telegramas. E no próximo post, será apresentado o procedimento de transmissão dos telegramas.
O texto deste artigo não é de minha autoria. O autor é o professor do IFSP-Sertãozinho, Eduardo André Mossin, e o texto é parte de sua tese de doutorado.
Então… vamos lá.
Camadas de Enlace e de Usuário
Neste item são descritos os aspectos da camada de enlace e de usuário. Outros detalhes sobre este assunto poderão ser encontrados em [1].
A rede Profibus DP é uma rede do tipo multidrop, assíncrona, half duplex e utiliza a comunicação do tipo passagem de token (Token Passing) e mestre-escravo. O mecanismo de passagem de token permite a aplicação de múltiplos mestres em uma mesma rede compartilhando o acesso. Somente o mestre pode iniciar a comunicação na rede. Os escravos comunicam somente para responder requisições do mestre. A rede Profibus DP permite a operação permanente com mais de um mestre, desde que configurados individualmente e de maneira adequada nas restrições da norma.
O número máximo de estações em uma rede Profibus DP é 126. Assim, a faixa de endereços disponível para uso vai de 0 a 125. Os endereços 126 e 127 são de uso especial, sendo o 126 utilizado como valor padrão para estações não endereçadas entrarem na comunicação e o endereço 127 (0x7F) reservado para comandos de broadcast.
Para a comunicação entre cada estação, o protocolo define alguns telegramas. Cada telegrama é formado por um conjunto de caracteres, no qual cada caractere é formado por 11 bits, sendo apenas 8 deles utilizados como dado. Este é o padrão UART e os três bits extras são utilizados para fornecer uma sinalização de início e fim de transmissão de cada caractere (2 bits) e um bit de paridade par utilizado para conferição da integridade da comunicação no receptor. A Figura 1 apresenta um exemplo deste caractere.
Nota-se que antes do bit de início, tem-se o estado de linha desocupada (IDLE) da comunicação que é representado pelo nível de tensão 1. Antes de terminar a transmissão do caractere (bit de fim), tem-se o bit de paridade. O receptor avalia a paridade a cada byte recebido. Caso a paridade avaliada não tenha o mesmo valor que o bit de paridade, o telegrama inteiro será descartado (não somente o caractere). Um telegrama é constituído por um ou mais caracteres e não são permitidos períodos de linha desocupada dentro da transmissão de um telegrama. Assim, o início de um telegrama com mais de um caractere é exemplificado na Figura 2:
Tipos e formato dos telegramas
Um telegrama é composto por 1 a 255 caracteres. Existem alguns tipos de telegramas definidos por [1]. A diferenciação entre os tipos é realizada pelo cabeçalho do telegrama (primeiro caractere), onde cada um dos tipos possui um valor diferente.
Os telegramas são especificados de acordo com a natureza do campo de dados:
- Telegramas de tamanho fixo sem campo de dados;
- Telegrama de resposta curta ou reconhecimento;
- Telegrama com campo de dados de tamanho variável;
- Telegrama de token.
A Tabela 1 apresenta um resumo dos tipos de telegramas e aplicações:
O tamanho máximo de um telegrama são 255 caracteres. O valor do LE (ou LEr) varia de 0 a 249. O LE compreende a quantidade de bytes do campo DATA_UNIT além do DA, SA e o FC. Portanto o tamanho máximo do campo DATA_UNIT é de 246 bytes. O DATA_UNIT é a porção do telegrama destinada à carga útil de dados (payload).
Embora os campos de endereço suportem valores entre 0 e 255 (1 byte), somente os 7 bits menos significativos são utilizados efetivamente para o endereçamento das estações (Figura 3), permitindo o endereçamento de até 127 estações (0 a 126). O endereço 127 conforme explicado anteriormente é reservado ao broadcast.
Bom pessoal,vocês viram neste post alguns detalhes sobre os telegramas de mensagens. No próximo post, vou falar sobre como é o procedimento de transmissão desses telegramas. Só para lembrar, tudo isto acontece dentro das camadas de Enlace e Usuário.
Até mais!!!
Referencias Bibliográficas:
[1] NORMATIVE PARTS OF PROFIBUS FMS, DP AND PA. (1998): according to the European Standard EN50170. v.2. Edition 1.0.
[2] TORRES, R. V. (2011). Simulador de redes Profibus DP dedicado à ferramenta de diagnostico. Dissertação (Qualificação de Mestrado). Escola de Engenharia de São Carlos, USP.
[3] MOSSIN, E. (2012). Diagnóstico Automático de Redes Profibus. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, USP.
Informações adicionais sobre Eduardo André Mossin:
Currículo Lattes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do metodo=apresentar&id=K4774437D5
9 Comentários
Olá,
Muito bons seus artigos..
Muito obrigada Raimundo.
COLEGA ,DÁ UM JEITO DE COLOCAR OPÇÃO PRA DOWNLOAD DO MATERIAL.
TÕ INICIANDO NA PROFISSÃO DE AUTOMAÇÃO E NÃO TENHO INTERNET EM CASA…BAIXO OS CONTEUDOS AQUI NA LAN HOUSE PRA LER E ESTUDAR EM CASA!
OBRIGADO
MUITO BOM SEUS ARTIGOS
Oi Jair,
Vou mandar o material para seu email.
Obrigada pelo comentário.
Show de bola, os seus artigos, sou Eletricista Industrial III, tenho formação técnica em instrumentação e automação,e estou paralelamente executando atuando junto com a instrumentação.
Oi Marconde,
Q bom q está gostando.
Obrigada
Olá, seu artigos são um achado na net, gostaria se possivel vc poderia enviar para meu e-mail como instalar e monitorar supervisorio, desde ja muito obrigado
Olá, preciso fazer um seminário e falar sobre os telegramas da comunicação Fieldbus Fundations. Posso utilizar essa na apresentação, tendo em vista, que Profibus DP é uma subdivisão de Fieldbus? Pois não consigo encontrar o telegrama FF em lugar algum.
Bom dia Rafaela, tudo bem?
Primeiramente gostaria de me apresentar.
Sou da Engenharia do setor de construção de máquinas especiais na Bosch Campinas e estou em um projeto onde preciso fazer uma padronização, levantamento de custos e principalmente um estudo sobre cabos de redes, que nós aqui do setor costumamos usar em projetos.
Atualmente a gente mesmo é quem faz a montagem de cabos, no entanto estamos tendo alguns problemas como: crimpagem de cabos, localização dos cabos, aterramento dos componentes da rede, especificação de passagem / comprimento / curvatura dos cabos utilizados, e etc.
Por conta disso, gostaria de saber quais cuidados eu devo tomar com redes industriais, para que eu não perca a velocidade e a qualidade final, em especial nas redes PROFIBUS, ETHERCAT, PROFINET E SERCOS, que são as mais utilizadas aqui no dia-dia.
Desde já, muito obrigado.