Segundo dados do IBGE, o setor industrial reduziu em 2% o total de contratações no ultimo ano, considerando o período de março de 2013 a março de 2014. Ainda assim, os profissionais que investem na qualificação continuam obtendo boas oportunidades no setor, que ainda sofre com a falta de mão de obra especializada.
A formação profissional continua sendo o diferencial para quem exerce atividades ligadas ao setor industrial, mesmo em se tratando de um período de desaquecimento em alguns segmentos.
As estatísticas reveladas pela pesquisa do IBGE demonstram que as especializações mais demandadas pelo mercado atual são por profissionais das áreas de logística, engenharia, técnicos em geral, tecnólogos e gerentes operacionais.
Tecnólogos em Logística para o setor de distribuição
A complexidade da infraestrutura de transportes brasileira é um dos principais desafios da indústria para a distribuição de produtos.
Por conta deste e de outros aspectos, a demanda por tecnólogos em logística vem crescendo, mesmo em tempos de desaquecimento do setor industrial.
Por fazerem parte de um grupo estratégico, os profissionais da área de logística tem a função de aumentar receitas e diminuir custos, sem que seja preciso aumentar a produção. A função principal deste profissional é fechar parcerias e encontrar maneiras rápidas, de baixo custo e eficazes de fazer com que o produto chegue ao destino final.
Para isto, é preciso conhecimento amplo sobre localização geográfica e funcionamento de estradas, portos e aeroportos, além do despacho de toda a documentação legal que envolve a rotina logística.
Embora desaquecida, indústria petrolífera mantém altos salários para especialistas
Por conta das recentes denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, a queda nas ações e o congelamento de preços para tentar conter a inflação, a indústria petrolífera passa por um período de desaceleração nos investimentos.
Entretanto, os salários dos profissionais técnicos, tecnólogos e engenheiros, permanecem altos, por conta de esta ser uma área que exige alta especialização.
O mesmo acontece atualmente na indústria automotiva, que passa por um período de baixa na produção, devido ao estoque parado nas fabricas. Este cenário foi responsável pela queda de 5,6% no numero de contratações para montadores de veículos e 3,8% para montadores eletrônicos no setor.
O setor de engenharia ambiental cresce a passos largos
Em contrapartida, o setor de engenharia ambiental tende a continuar crescendo. Este fato ocorre por conta das novas regulamentações impostas às indústrias quanto ao descarte de resíduos.
Fora isto, consumidores e empresas também exercem parcela significativa na exigência por processos produtivos cada vez mais sustentáveis, numa crescente preocupação com a preservação do meio ambiente.
No setor ambiental, as oportunidades são para engenheiros, analistas e técnicos de gestão ambiental e sustentabilidade.
Dentre as responsabilidades destes profissionais está o desenvolvimento de projetos de licenciamento ambiental e criação de projetos para descarte de resíduos sólidos, para adequação à Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada em 2010, e que vem sendo implantada gradativamente nas empresas.
Técnicos no topo das contratações
Mesmo em um período de economia mais lenta, os profissionais de nível técnico continuam no topo das contratações, o que torna este tipo de qualificação uma verdadeira porta de entrada para o mercado de trabalho no setor industrial.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as áreas de infraestrutura, energia e commodities respondem pelos maiores salários do setor para profissionais de nível técnico, embora a quantidade de vagas dependa de fatores como a sazonalidade.
Já as formações nas áreas de instrumentação, mecânica, eletrônica e segurança do trabalho, contam com maior versatilidade e, por conta disso, continuam no topo das contratações para o mercado de trabalho no setor industrial brasileiro.
Com base nestes dados, é possível concluir que a qualificação profissional continua sendo a principal vantagem competitiva no mercado, mesmo em se tratando de setores que estejam momentaneamente em desaceleração.
Investir em cursos de formação técnica tem se mostrado a solução prática para quem deseja ingressar rapidamente no setor industrial.
4 Comentários
Sou técnico e tenho observado que essa é uma realidade aqui em Macaé RJ nesses ultimos dias… Obrigado pela informação além de outras aréas como a do Tecnólogo..
Sou técnica em Mecânica tenho vários cursos do Senai entre eles de Instrumentação todos voltados para indústria e no entanto estou desempregada. Aqui na Baixada Santista esta tudo estagnado .Procuro emprego e e-mails já perdi as contas.
Enquanto isso, o cliente principal de obras no Brasil, a Petrobras, por intermédio de suas gerencias e fiscalização, autorizam contratação de profissionais sem qualificação. Não se atentam a requisitos contratuais. Já passou da hora do tribunal de contas da união olhar para essas situações.
Quem tem padrinho tem tudo em algumas obras da Petrobras.
Existem, eu sei, obras que pessoas que não diria nem sem qualificação mas sim desqualificadas, em cargos que pertenceriam com certeza a profissionais mais gabaritados.
Concordo plenamente com o Marcelo, em Sergipe é a mesma coisa, profissionais em cargos de que possuem extrema importância para o projeto totalmente despreparados, desqualificados e sem experiência, mas que por serem apadrinhados de A ou B, estão lá fazendo as suas cagadas e por consequência atrasando o andamento da obra, o que em um futuro próximo vai gerar mais custos para o andamento da obra, gerando aditivos e mais aditivos e o contribuinte otário pagando por isso.