O conceito de produção por bateladas não é novo, pelo contrário, sempre esteve ligado com a indústria de alimentos, fármacos e químicos. Mas afinal, se a produção por batelada tem uma receita específica e materiais “dosados”, há como ter perdas/erros em minha produção?
Antes precisamos esclarecer alguns pontos. A produção por bateladas nada mais é que a produção em grupo (lotes), em contra partida, há a produção em fluxo contínuo, que não é recomendada para produtos com baixa demanda, ou pouco valor agregado, que não se justifica financeiramente. Como exemplo de produção em batelada, temos os remédios, onde o mais importante não é a composição ou volume, e sim os efeitos daquela receita.
Na indústria de processamento, muitas vezes é necessário dosar, bombear, misturar e diluir produtos, como por exemplo, líquidos, químicos, pós e colorantes, a fim de obter-se o ponto ideal do produto.
Dentre os processos está o enchimento/carregamento em batelada, que consiste em uma quantidade (seja volume ou massa) de um produto, por exemplo, álcool, cerveja, óleo, leite, refrigerante, entre outros, que deve ser envasado em recipientes maiores ou menores para fins de embalagem ou transporte. Dentre os aspectos que podem influenciar o processo de enchimento/descarregamento, menciono:
- Densidade do fluído
- Bolhas de ar
- Incerteza do sistema de medição
Frente aos desafios no processo de enchimento/descarregamento, a melhor solução é incorporar um medidor de vazão eletrônico, como o por efeito Coriolis, e/ou por efeito magnético.
Para ambas as tecnologias de medição, bolhas de ar são um problema. Para amenizar os danos na medição, é comum pressurizar a linha. Para realizar a pressurização, serão necessárias válvulas que irão controlar o fluxo de saída, e em alguns casos, de entrada também, tanto de produto quanto do ar.
Agora imagine, como realizar o controle de abertura e fechamento de válvulas, baseado no volume ou massa que o seu medidor de vazão está contabilizando?
Pensando nestas situações, foi desenvolvido o controlador de bateladas (RA33), que além de registrar os dados mensurados pelo medidor de vazão, controlar válvulas e bombas, faz as devidas compensações, baseado nas condições de processo.
Dentre as diversas possibilidades de uso, vou elencar duas:
Cenário 1
Imagine que, a cada 2 minutos você deva fazer a adição de um certo volume de líquido. Neste caso o controlador pode ser configurado para abertura e fechamento da válvula de saída, baseado no volume aferido pelo medidor de vazão.
Cenário 2
Imagine que, a cada 2 minutos você deva fazer a adição de um certo volume de líquido, e esse líquido pode ser recebido em diferentes temperaturas, ou seja, por causa da temperatura, diferentes “volumes”. Nesse caso, o controlador pode ser configurado para abertura e fechamento da válvula de saída, baseado no volume aferido pelo medidor de vazão, e corrigido pelo controlador. Assim, um sensor de temperatura externo é necessário.
Como diferenciais deste equipamento, há a função de autocorreção, baseado nos dados de bateladas anteriores, ou seja, caso a abertura ou fechamento de válvulas não seja instantânea, ou a abertura seja muito mais rápida do que o fechamento, o software consegue identificar essa janela e corrigir para a próxima batelada o tempo de abertura e fechamento, baseado nos dados do medidor de vazão e das válvulas. Assim, a cada vez que uma batelada é processada, o erro do sistema de enchimento é reduzido.
Outro ponto que torna o controlador de bateladas essencial é a conformidade/rastreabilidade que ele traz, pois todos os processos são registrados e computados, desde a hora que batelada começou, qual foi o volume aferido e hora do término. Todas as informações podem ser disponibilizadas em rede de forma online e confiável.
Conclusão
Em processos produtivos na modalidade de batelada, a inclusão do controlador de batelada contribui com uma medição confiável, economia de tempo, matéria prima, e principalmente na garantia de qualidade que o seu produto sempre terá a mesma composição/concentração ou volume informado.