No final do século XX, um programador finlandês chamado Linus Torvalds, da Universidade de Helsinki, resolveu investir em um projeto particular que era inspirado pelo Minix, um pequeno sistema Unix. Segundo Torvalds, ele apenas queria ampliar o sistema Minix e criar, como ele próprio definiu: “um Minix melhor que o Minix”. Após algum tempo trabalhando sozinho em seu projeto, Torvalds foi além de seu objetivo e, em 5 de outubro de 1991, ele anunciou o sistema operacional Linux, nomeado a partir da junção de Linus com Unix.
No inicio, o uso do Linux era muito restrito a programadores ou àqueles especialistas no assunto. Tudo funcionava no modo de texto e linha de comandos, com vocabulário técnico e manuseio quase impossível para leigos.
A partir de 1994, contudo, isso começou a mudar. Empresas iniciaram a criação de ambientes gráficos para a plataforma. Hoje, o Linux é um sistema estável e muito mais simples para ser utilizado.
Desde o início de sua criação até hoje, o Linux sempre foi um código livre, ou seja, qualquer um pode utilizá-lo e adaptá-lo às suas necessidades sem ter que pagar nada. Esse era um desejo de Torvalds, que ao inventar o Linux não tinha a intenção de fazer lucros, mas de criar um sistema que atendesse às suas necessidades.
Novidades do Linux Educacional 5.0
O Linux Educacional 5.0 é a última versão do software e foi lançado em julho de 2013. Dentre as características que o diferenciam das versões anteriores estão duas barras no canto esquerdo da tela. A primeira, a Edubar, tem quatro opções que dão acesso aos conteúdos de responsabilidade do MEC. Já a segunda são atalhos para as principais ferramentas do sistema, a qual representa um acesso facilitado da versão 5.0 do Linux Educacional.
O botão LE, no canto superior esquerdo da tela, dá acesso às capacidades diferenciais da nova versão. Ao clicar nele, você pode selecionar a opção JANELAS e gerenciar as aplicações abertas. Na opção APLICATIVOS, você consegue visualizar as aplicações disponíveis para uso. Na última opção do botão LE está BUSCAR CONTEÚDOS EDUCACIONAIS, uma alternativa que habilita a busca de conteúdos educacionais instalados e disponíveis para instalação. Mais informações sobre a nova versão do Linux Educacional 5.0 podem ser encontradas em um tour guiado neste link.
Apesar de o MEC divulgar a versão 5.0 como uma opção mais fácil e prática do sistema, alguns usuários reclamam que o visual traz certo estranhamento por se diferenciar muito do Windows. Os desenvolvedores do software responderam que o novo modelo foi desenhado pensado no conforto da leitura, com ênfase nas cores já utilizadas pelo MEC e no verde que é padrão do programa.
Outra crítica à nova versão foi quanto à dificuldade em se adaptar ao software. Contudo, os novos aplicativos e recursos de interface e de interação do programa foram desenvolvidos com base na experiência dos próprios usuários.
A intenção dos desenvolvedores do software é que agora o programa cresça e que continue indo muito além do que Torvalds imaginara, mas que não perca os objetivos do criador.
Imagens do Linux Educacional 5.0
Linux no Brasil…
No Brasil, quem se aproveitou do sistema Linux para adaptá-lo à educação foi o MEC (Ministério da Educação), que em uma parceria com a UFPR (Universidade Federal do Paraná), lançou, em 2006, o Linux Educacional.
O Linux Educacional 5.0 é da família de distribuição Ubuntu, a que mais se popularizou, e que, além de ser muito simples de usar, não requer qualquer conhecimento técnico do sistema.
Um dos objetivos do MEC é que o Linux Educacional, através de programas como o ProInfo (Programa Educacional de Tecnologia e Educação), traga inclusão digital ao Brasil. O sistema já foi implantado em escolas públicas do país e chama a atenção de escolas particulares, inclusive das que atendem alunos com alguma necessidade especial.
Mirian Wilm, professora da APAE de Ibirubá – Escola Especial Franz Hummler, no Rio Grande do Sul, utiliza o software desde meados do ano passado. Ela confessa que foi difícil se adaptar ao Linux Educacional, especialmente porque a APAE é uma instituição particular filantrópica e os funcionários não receberam nenhuma instrução especial do governo federal para a implantação do software. Mas todo o esforço vale a pena. Segundo Wilm, ele apresenta “aplicativos de fácil manipulação, principalmente para autistas e para pessoas com deficiência cognitiva”.
Além de ser utilizado em escolas, o software pode ser instalado em computadores domésticos, para que professores prepararem suas atividades em casa e tenham acesso a mídias de apoio, que são disponibilizadas a partir de um repositório Debian de conteúdos. Nele, o MEC inclui 3.692 obras do Portal Domínio Público, 545 vídeos da TV Escola e 569 sugestões de aulas do Portal do Professor, os quais já foram instalados nos computadores do programa ProInfo.
O Linux nas Indústrias?
E você, já teve algum contato com o Linux? Se ainda não, faça o download aqui, experimente e nos conte qual foi a sua impressão. Se você já conhece, acredita que ele seja uma alternativa viável como sistema operacional em atmosferas que vão além da educação, como o ambiente industrial, por exemplo?
Fique à vontade e deixe o seu comentário aqui na nossa página.
6 Comentários
Engraçado:
” … alguns usuários reclamam que o visual traz certo estranhamento por se diferenciar muito do Windows”.
Qual Windows ?
Pq não são todos iguais, são ?
Peçam para eles usarem o Win8.
Oi Vagner,
Concordo com você. Cada versão do Windows possui suas particularidades.
Entretanto, de uma maneira geral, as interfaces são bem semelhantes até o Windows 7.
O Windows 8 complica um pouquinho mais as coisas… 😛
Abraço!
Particularmente eu uso Linux Mint e o OpenSuse, gosto mais do Suse por algumas coisas que brinco com Arduíno, porém após quase 1 década trabalhando na área de automação e instrumentação industrial eu posso dizer que consigo contar na mão quantos sistemas eu vi rodando com linux. Uma das ultimas empresas que estive rodava um sistema bem peculiar, onde uma parte estava em Nuvem, rodando Fedora, monitorando todos os sistemas e todas as linhas, com muitas informacoes carregada através do Nagios, então se algo acontecesse com uma linha, o técnico receberia um sinal via sms, ou um chamado para o mesmo ir atender a ocorrência. O engraçado que apesar desta teia complexa de acoes os sistemas locais rodava em sua maioria em windows. Por Exemplo, havia um computador embutido, bem enxuto Beckhoff, que tinha um sistema de câmeras para identificar os produtos e as anomalias e por mais incrível que parece ela rodava em um sistema windows 98, Hoje um Raspeberry PI, com linux faz o mesmo serviço, com metade do tamanho e custo 3x menor.
Acredito que não se desenvolvem mais projetos com linux para proteger o código fonte do aplicativo, algo que está certo e está errado ao mesmo tempo, visto que nem todos os programas precisam conter o código fonte junto.
Seria interessante ver mais aplicações industriais rodando em sistemas mais OpenSource, iria facilitar creio eu a vida de muito desenvolvedor, eu mesmo acredito muito por exemplo no sucesso do Arduino, fiz alguns pequenos projetos com ele e tenho planamento satisfeito. Uma plataforma robusto que é simples e barata, podem ser substituída e atualizada sem grandes sofrimentos.
Hoje, AB, Siemens e outros só permitem a execução de programas via Wine. Se a NASA usa Linux em estacoes e satélites, porque não podem mais haver aplicações industriais em Linux?
Oi Ricardo, tudo bem?
Muito obrigado pelo comentário.
Sem dúvidas, agrega muito ao artigo!
Abraço! 🙂
Sou usuário de software livre (SL) a alguns alguns anos (SOs como ubuntu, fedora, mint, debian). Durante o meu curso superior de tecnologia em automação industrial (que ainda está ocorrendo) sempre procurei utilizar SL, contudo devido a própria instituição (IFPB) isso não é a totalmente possível. Alguns softwares proprietários como Solid Edge, Labview, Intouch, Simatic Manager (Siemens), entre outros, Requisitam o windows para rodar e não funcionam pelo wine. Sempre tentei utilizar uma alternativa livre em meus trabalhos quando possível e isso resultou em um trabalho que estou desenvolvendo atualmente.
Onde estudo temos máquinas CNCs (torno e centro de usinagem). Aprendemos como usá-los, fabricamos peças neles e tudo mais, tudo isso é feito pelo console da máquina. Entretanto ficamos restritos a isso, pois não compramos as licenças dos softwares CAD/CAM que possibilita projetar a peça em software e enviá-la diretamente à máquina. Se a instituição fizesse uso de SL isso não seria problema algum.
A proposta do meu trabalho é essa. Mostro como fazer isso utilizando SL. Proponho, inclusive, a construção de uma máquina CNC utilizando em conjunto Hardware Livre, como o raspberry pi já mencionado. Não vejo motivos para que um equipamento com essas configurações não seja implantado industrialmente.
Acredito que o uso de software livre na indústria e no meio acadêmico seja questão de incentivo. Podemos ver o ScadaBR crescendo na indústria e o Scilab (programa como o Matlab) crescendo em algumas universidades. Além disso vejo o software livre como uma forma de inovação que podem (e devem), ser utilizada por empresas que estão iniciando agora ou aquelas que precisam diminuir custos com software.
Para finalizar deixo algumas sugestões de softwares livres e gratuitos que utilizo em detrimento de programas proprietários. Eles estão disponíveis tanto para windows como linux e alguns para mac.
Libreproject (gestão de projetos), libre office (suite de escritório), FreeCAD (CAD/CAM), Qucs (simulação de circuitos eletroeletrônicos), FreeMat e Scilab (computação numérica), libreCAD (CAD 2D), Codeblocks (prorgamação em C), KiCAD (projeto de placa de circuito impresso)…
gostei do comentario , estou começando presta serviços de automação industrial, estou com alguns clientes industrias de usinagens q gostaria de automatizar usando linux e open source,se vc pfv me falar quai soluçoes costuma usar em solidworks, solidedge etc e outros d eoutros seguimentos