Eficiência energética nas indústrias foi tema do 3° Comitê de Energia da Amcham-Curitiba realizado nesta última quarta-feira, 21 de agosto, na sede da Amcham-Curitiba.

Nessa 3a edição do Comitê, que é destinado a profissionais do setor elétrico e industrial, o convidado e palestrante foi o Engenheiro Eletricista Paulo César dos Santos, sócio-diretor da Efi Energy. Ele deu dicas práticas de como reduzir o consumo de energia nas indústrias simplesmente olhando para a fatura de energia, entendendo de fato o que cada informação descrita significa, que muitas vezes é uma multa, mesmo que isso não esteja explícito.

Um exemplo é a Energia Reativa Excedente, que indica um mal aproveitamento da energia elétrica, causado por um baixo fator de potência nas cargas, que pode ser resolvido pelo uso de bancos de capacitores. Outra informação que muitas vezes causa dúvida é a Demanda de Ultrapassagem. Segundo o especialista, há casos em que os profissionais decidem desligar alguns equipamentos visando a economia e quando voltam a utilizar a quantidade de energia anterior, esse consumo é visto como algo que ultrapassou o consumo da Demanda Contratada. Por isso, o conselho dado foi que haja um controle e verificação da fatura mês a mês, e que qualquer mudança seja informada à concessionária.

Um tema que interessou os profissionais presentes foi em relação aos fatores responsáveis pelo consumo de energia nas indústrias. O palestrante divulgou dados que revelam que a iluminação é responsável por apenas 5% do consumo, sendo que a maior responsável é a força motriz, com 66%.  Por isso, defendeu a importância da automação e da troca de motores nos sistemas industriais, já que houve muita inovação e modernização nos últimos anos, garantindo que os equipamentos operem na melhor condição técnica possível: “Tem que olhar para o sistema vendo-o como um consumidor de energia e tomar as medidas necessárias para a redução desse consumo”, alerta Paulo.

Paulo também destacou as etapas fundamentais para a implementação de um projeto de eficiência eficaz, que devem ser seguidas na seguinte ordem:

  • Diagnóstico
  • Escolha do projeto
  • Mudança (troca de equipamentos/automação)
  • Verificação dos resultados
  • Manutenção dos benefícios logrados

E enfatizou as duas últimas, já que, em muitos casos, a implementação para no terceiro item (mudança), desprezando a importância das etapas seguintes.

Outro assunto abordado foi sobre as linhas de financiamento, pois, muitas vezes, para implementar um projeto de eficiência é necessário um alto investimento.

O engenheiro Paulo dos Santos citou o Programa de Eficiência Energética da Aneel, um serviço para o qual todos os cidadãos contribuem, que oferece até 120 meses para a quitação do empréstimo. Mencionou também os financiamentos do BNDES: o Finem, para projeto de até 20 milhões de reais e prazo de até 20 anos, e o Cartão BNDES, voltado para projetos menores, de até 10 milhões de reais, e com prazo variável.

“É importante quebrar o paradigma de que para alcançar eficiência energética basta investir em iluminação. A eficiência vai muito além disso, como o Paulo mostrou. A grande fatia do consumo de energia elétrica do país está no setor industrial, então a gente tem que focar exatamente na redução de energia nesse segmento”, concluiu Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos.

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Nascido e criado em Sertãozinho, uma cidade no interior paulista. Em maio de 2012 fundei o site Automação Industrial com o objetivo de apoiar estudantes e profissionais do setor, oferecendo conteúdo relevante e acessível em português. Apaixonado por programação e sempre acompanhado de um bom café.

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