A empresa americana General Electric (GE), anunciou, no último dia 22, a GE Fuel Cells, uma iniciativa interna que visa comercializar tecnologia de células a combustível que funciona a partir de gás natural. A energia criada por tais células, além de ser mais limpa do que a proveniente de usinas de energia, é também mais eficiente.
Outras vantagens destacadas pela empresa são levar energia limpa, confiável e de baixo custo à população.
Na corrida para criar uma alternativa mais ecológica às usinas de energia, as células a combustível surgiram como uma opção viável, junto às energias solar e eólica. Porém, ao contrário das energias solar e eólica, tais células podem fornecer energia ininterruptamente, sem ser prejudicada com a queda ou interrupção da produção quando o sol se põe ou quando o vento para de soprar. Portanto, elas são semelhantes a baterias e usam assim uma reação química em vez de combustão para gerar energia.
O problema que até então empresas tinham para desenvolver essa tecnologia é que a produção de uma célula a combustível era extremamente alta, porque ela demanda materiais caros, como a platina. A General Electric, contudo, está trabalhando em uma nova tecnologia, conhecida como “células de combustível de óxido sólido híbrido”, que utiliza materiais mais baratos, como o aço inoxidável e a cerâmica, que gera 65 % da eficiência energética, 5 % maior do que qualquer outro material já testado no mercado na atualidade.
De onde surgiu essa ideia da GE Fuel Cells?
A ideia de desenvolver a tecnologia de células a combustível surgiu depois de o furacão Sandy atingir os Estados Unidos em outubro de 2012. Ele foi responsável pela perda de eletricidade na casa de 8,1 milhões de pessoas em 17 estados americanos. Esse fato chamou a atenção de especialistas à fragilidade da rede de energia do país, e quão antiquada ela estava. Desde então, há um projeto para que façam a substituição da infraestrutura vulnerável da rede de energia nos Estados Unidos.
Cidades e estados americanos, enquanto aguardam uma solução, constroem suas próprias microrredes ou sistemas de energias autossustentáveis, que operam de forma independente das redes mais amplas. Até mesmo comerciantes e industriais locais tomaram iniciativa. O número de unidades de geração de energia elétrica autônoma em lugares comerciais e industriais cresceu mais de quatro vezes desde 2006, segundo o jornal americano The Street Journal.
O processo de desenvolvimento da GE Fuel Cells
Para desenvolver uma célula a combustível tradicionalmente é necessário aplicar ao seu redor uma camada fina de cerâmica que consiga resistir a uma temperatura de aproximadamente 815º C, temperatura necessária para transformar o gás natural em energia. Outra dificuldade de lidar com a cerâmica é que se trata de um material muito delicado e que, quando empilhadas centenas de células uma em cima da outra, a camada está susceptível à quebra. Assim, os produtores das células a combustível já existentes produzem-nas em um tamanho menor, para facilitar o manuseio. Isso, contudo, dificulta a adaptação da tecnologia.
A novidade das GE Fuel Cells é que a empresa utilizou uma tecnologia similar a empregada para revestir seus motores a jato. Assim, eles fazem a pulverização da cerâmica, quase como uma tinta spray, em camadas. As principais vantagens dessa técnica é que as células podem cobrir uma superfície maior, pois a cerâmica permanecerá plana sobre ela, atuando também como seu próprio vedante, fator que leva a redução de riscos comuns de fabricação dessa tecnologia.
Para que as células a combustível ficassem ainda mês eficientes, a empresa juntou a tecnologia da célula a combustível com a do motor a gasolina tradicional. Tal combinação é importante para fazer com que a célula aumente e diminua sua potência conforme necessário.