O Novo Mercado de Gás, através da Lei nº 14.134 (Nova Lei do Gás) de 08 abril de 2021, é um programa que tem como principal objetivo promover um mercado de gás natural mais aberto e competitivo, onde a promoção da concorrência e a integração do setor de gás com os setores elétrico e industrial são alguns dos seus pilares.
Segundo o relatório de Estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, publicado em novembro pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, a demanda por gás natural deve aumentar em aproximadamente 30% até 2030, e o Novo Mercado de Gás poderá incentivar a implementação de projetos que promovam o aumento da oferta de gás no mercado nacional, onde o GNL tem um papel importante.
O Gás Natural Liquefeito (ou GNL) é o gás natural submetido a processo de liquefação para condicionamento e transporte; ou seja, é o gás natural em forma líquida.
Para liquefazer o gás natural, ele é resfriado a temperaturas criogênicas de aproximadamente -160ºC, ocupando um volume 600 vezes menor que o gás natural em sua forma gasosa, sendo um líquido criogênico, sem cor, sem odor e com densidade em torno de 45% da densidade da água.
Suas características fazem do GNL uma fonte importante de fornecimento de gás natural no Brasil, onde é regaseificado após importação para ser processado e introduzido nos gasodutos; mas também pelo seu uso a partir da liquefação do gás natural produzido nacionalmente, já que pelo fato do seu transporte ser mais vantajoso (transportar maior quantidade em menor espaço), pode ser enviado a locais distantes onde diversos fatores não permitem a construção de um gasoduto.
Atualmente, temos no Brasil cinco terminais de importação de GNL:
- Baía de Guanabara (RJ)
- Porto do Açu (RJ)
- Baía de Todos os Santos (BA)
- Barra dos Coqueiros (SE)
- Pecém (CE)
E projetos para quatro terminais futuros:
- Terminal de Santos (SP)
- Terminal Gás Sul (SC)
- Terminal de Suape (PE)
- Barcarena (PA)
Isso demonstra o potencial crescimento deste mercado nos próximos anos.
Na cadeia de abastecimento do GNL, além do processo de liquefação em si, a Transferência de Custódia é uma das etapas mais críticas, seja nos terminais de importação e exportação, no carregamento de caminhões ou em aplicações de bunker marinho, onde a análise composicional é necessária para medir a qualidade do GNL realizando os cálculos energéticos para determinar os valores da transação, sendo na análise de composição onde a tecnologia Raman pode contribuir mostrando todo seu potencial.
A espectroscopia Raman é uma técnica capaz de fornecer informação sobre a composição química e a estrutura molecular de uma amostra, através de uma análise não destrutiva, de alta especificidade e robustez.
A Endress+Hauser possui uma linha completa de analisadores Raman de processo, que utilizam a tecnologia desenvolvida pela Kaiser Optical Systems, líder de mercado há mais de 40 anos, e que faz parte da divisão Optical Analysis na Endress+Hauser desde 2013, com aplicações de sucesso ao redor do mundo.
O analisador Rxn4, acoplado via fibra óptica à sonda de amostragem Rxn-41, é a única solução no mercado capaz de medir a composição do GNL em condições criogênicas, o que elimina a necessidade de vaporização para realizar a análise (como acontece quando é utilizada a combinação tradicional cromatógrafo/vaporizador), assim como também elimina a necessidade de transporte e condicionamento de amostra, já que a fibra óptica pode ter comprimento de até 500 metros, possibilitando a instalação do analisador Rxn4 na sala de controle.
Como vantagem adicional, o analisador Rxn4 pode estar acoplado com até 4 sondas de medição, para realizar uma análise sequencial de diferentes pontos, reduzindo custos de instalação e operação no processo. Além disso, o software de controle do analisador, RunTime, é totalmente integrado e fácil de usar, com recursos exclusivos de automonitoramento, diagnóstico e autocalibração para garantir a validade de cada medição.
Esta solução inovadora visa tornar a transferência de custódia em processos de GNL mais eficiente, rápida e precisa. Contudo, é somente uma das soluções que a Endress+Hauser está ofertando ao mercado brasileiro dentro do ecossistema do gás natural.
Artigo escrito por Francisco Sotelo, Gerente de Produtos na Endress+Hauser.