Para a Siemens, o grande destaque do ano de 2023 será a consolidação da transformação digital, que se torna cada vez mais urgente em um mundo orientado para a busca de eficiência em processos.
Pablo Fava, CEO Brasil da Siemens, já antecipava em agosto do ano passado, durante o Siemens Innovation Forum 2022, que o Brasil é um país de grande potencial para gerar valor e empregos, ocupando lugar de destaque nos novos modelos de negócios.
“A digitalização hoje é o que, no passado, foi a máquina a vapor ou os sistemas automatizados. É uma nova revolução”, afirmou ele ao comentar que essa transformação, ao contrário das anteriores, que levavam décadas para serem consolidadas, vai acontecer de forma muito mais rápida.
De olho nas tendências e uma das principais referências em soluções de engenharia e tecnologia há 175 anos – celebrados em 2022 -, a Siemens atua no impulsionamento da transformação digital das empresas e aponta cinco temas que devem crescer muito e estar em evidência nos próximos meses.
1 ) Gêmeo Digital
O gêmeo digital é uma tecnologia-chave para os avanços nesta década. Trata-se de uma aplicação de software que utiliza dados do mundo real para criar uma simulação computacional de um objeto, como por exemplo, um edifício ou um serviço, podendo ser utilizada para prever como seu respectivo gêmeo físico funcionará.
Como exemplo, é possível apontar um caso de uso específico. O uso do gêmeo digital pode ajudar as cidades a otimizar todos os aspectos do planejamento urbano, desde projetos e construções até operações e gestão de distritos inteiros.
Esse tipo de aplicação, em uma escala maior, já é uma realidade na Praça Siemensstadt, em Berlim, onde a tecnologia interconecta edifícios, sistemas de transporte e outras infraestruturas, como distribuição de energia. As vantagens são imensas em termos de melhorias financeiras, sustentabilidade e habitabilidade.
Em 2022, a Siemens lançou o Building X, solução que combina os mundos real e digital dos edifícios, consolidando dados de várias fontes em um gêmeo digital de operações prediais. Os usuários se beneficiam da transparência que o Building X oferece em seus esforços para tornar suas edificações mais sustentáveis, obter melhor desempenho do edifício e otimizar a experiência do usuário.
2) Metaverso Industrial
O metaverso industrial é um ambiente virtual em 3D que simula o mundo real, acessado por meio de aparelhos de tecnologia acessível como celulares ou óculos VR. Dentro dessa possibilidade de criação infinita em ambiente digital, são os avatares que farão a interação entre usuários e máquinas. A experiência do metaverso da Siemens baseia-se em sua tecnologia de gêmeo digital fotorrealista.
Rafael Alves, responsável pela área de Digitalização da Siemens, lembra que o gêmeo digital provoca um ciclo de retroalimentação com o mundo físico, onde os dados de uma planta voltam ao software para análise e melhorias nos processos.
“É possível criar uma fábrica ou cidade virtual para verificar os melhores pontos onde instalar a infraestrutura”, completa o executivo. Embora o nome seja metaverso industrial, é possível aplicar essa tecnologia em diferentes segmentos, como por exemplo, infraestrutura.
3 ) 5G Industrial
Em 2023, o conceito de redes 5G privadas passa a transcender os limites de uma rede puramente física, incluindo elementos como computação em nuvem, processamento de borda, uso de aplicativos e armazenamento de dados totalmente virtualizados.
O 5G agrega não só mais velocidade para a internet móvel, mas também um tempo de resposta ao envio de dados (latência) muito menor e uma capacidade mais ampla de processamento de dispositivos conectados.
A Siemens é a primeira empresa brasileira a obter a licença definitiva para operar o 5G Privativo Industrial em sua fábrica, em Jundiaí.
“Uma das principais diferenças entre o 5G e as gerações anteriores de redes celulares está em seu foco na comunicação máquina-máquina e na Internet Industrial das Coisas (IoT) que, em um cenário de aumento de demanda, torna o 5G peça fundamental desse quebra-cabeça tecnológico”, explica Pablo Fava, CEO Brasil da Siemens.
4) Plataformas “As a Service”
Com o fortalecimento de redes, maior presença na nuvem e demanda por segurança de dados, as Plataformas as a Service devem se tornar mais presentes e consolidadas. Essa solução trabalha com o uso de inteligência artificial aliada à IoT, onde superaplicativos, sistemas digitais imunes, gerenciamento de confiança e segurança de IA podem ser desenvolvidos.
A Siemens e a Brasol, empresa do grupo especializada em soluções de energia distribuída no modelo de serviço, criaram um modelo de negócio para o mercado de eletromobilidade. Trata-se de um serviço customizado de carregamento para veículos elétricos e geração de energia solar limpa na modalidade “Charging as a Service” (CaaS).
Com ele, o cliente do setor industrial ou comercial fica isento da compra e do gerenciamento dos equipamentos SICHARGE UC da Siemens, que ficam sob a responsabilidade da Brasol durante o período de contratação.
5 ) Cibersegurança
Dentro do universo industrial, a segurança cibernética, a conectividade e a digitalização irão transformar as empresas em até três anos, conforme acreditam 77% dos executivos de áreas de negócios e TI no Brasil responsáveis pelas redes de dados em suas empresas, segundo a pesquisa “Empoderamento do cliente no novo cenário de Telecom: os impactos da adoção de 5G e Wi Fi 6 nas empresas brasileiras”, realizada pela Deloitte Brasil.
Ainda de acordo com a pesquisa, preocupações quanto à cibersegurança e compatibilidade com versões anteriores de sistemas existentes são os maiores desafios para 45% dos mesmos executivos respondentes.
No ano fiscal de 2022, encerrado em 30 de setembro de 2022, o Grupo Siemens gerou receita de € 72.0 bilhões e lucro líquido de € 4,4 bilhões. Em 30 de setembro de 2022, a empresa contava com aproximadamente 311.000 funcionários em todo o mundo.